Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942010000500005
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Estudo comparativo entre bupivacaína (S75-R25) e ropivacaína em bloqueio peridural para analgesia de parto

A comparative study between bupivacaine (S75-R25) and ropivacaine in spinal anesthesia for labor analgesia

Celso Schmalfuss Nogueira; Luciana Cavalcanti Lima; Valter Cesar Paris; Priscila Milhomem Neiva; Erica Tanaka Otani; Roberto de Oliveira Couceiro; Fabio Burim; Jonas Antônio Franco Ferreira Junior; Patrícia Cadecaro

Downloads: 1
Views: 688

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A anestesia peridural é utilizada para alívio da dor no trabalho de parto e está associada a baixos índices de complicações. Estudos com enantiômeros levógiros dos anestésicos locais demonstraram maior segurança em função da menor cardiotoxicidade. Este estudo teve o objetivo de avaliar a latência e a duração da analgesia e as repercussões maternas e fetais com o emprego da bupivacaína (S75-R25) e da ropivacaína quando utilizadas para analgesia de parto por bloqueio peridural. MÉTODOS: Realizou-se um ensaio clínico prospectivo, duplamente encoberto e aleatório, de 49 pacientes gestantes de termo, apresentando baixo risco, com indicação de parto vaginal, idade entre 15 e 35 anos, ASA I ou II distribuídas em dois grupos: GI - bupivacaína (S75-R25) 0,25%; GII - ropivacaína a 0,20%. RESULTADOS: Evidenciou-se diferença estatisticamente significante entre os dois grupos 30 minutos após a instalação da peridural, sendo os escores de dor maiores no grupo que utilizou a ropivacaína. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas quanto a latência de analgesia, nível sensorial do bloqueio, volume de anestésico local, dose de resgate, duração do trabalho de parto e da analgesia, frequência de parto instrumental, alterações hemodinâmicas, escores de Apgar ou pH do cordão umbilical e incidência de eventos adversos. CONCLUSÕES: O uso de bupivacaína (S75-R25) e ropivacaína para a analgesia de parto proporcionou boas condições para a realização da anestesia peridural com pequenas ocorrências de eventos adversos

Palavras-chave

ANALGESIA, Parto, ANESTÉSICO, Local, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spinal anesthesia is used for relief of pain during labor and it is associated with low indices of complications. Studies with levorotatory enantiomers of local anesthetics demonstrate higher safety due to the lower cardiotoxicity. The objective of this study was to evaluate the latency and duration of analgesia and maternal and fetal repercussions with bupivacaine (S75-R25) and ropivacaine in spinal anesthesia for labor analgesia. METHODS: A prospective, double-blind, randomized clinical assay was undertaken with 49 labouring parturients with low risk, with indication of vaginal delivery, ages 15 to 35 years, ASA I or II, divided into two groups: GI - 0.25% bupivacaine (S75-R25); GII - 0.20% ropivacaine. RESULTS: A statistically significant difference was observed between the two groups 30 minutes after the spinal anesthesia, and pain scores were higher in the ropivacaine group. Statistically significant differences were not observed regarding the latency of analgesia, sensorial level of the blockade, volume of local anesthetic, rescue dose, duration of labor and analgesia, frequency of instrument-assisted labor, hemodynamic changes, Apgar scores or umbilical cord blood pH, and incidence of adverse events. CONCLUSIONS: The use of bupivacaine (S75-R25) and ropivacaine in labor analgesia provided good conditions for spinal anesthesia with small indices of adverse events

Keywords

ANALGESIA, Labor, ANESTHESICS, Local, ANESTHESICS TCHNICS, Regional

References

Glaser C, Marhofer P, Zimpfer G. Levobupivacaine versus racemic bupivacaine for spinal anesthesia. Anesth Analg. 2002;94:194-198.

Albright GA. Cardiac arrest following regional anesthesia with etidocaine or bupivacaine. Anesthesiology. 1979;51:285-286.

Simonetti MPB, Valinetti EA, Ferreira FMC. Avaliação da atividade anestésica local da S(-) Bupivacaína: estudo experimental in vivo em nervo ciático de rato. Rev Bras Anestesiol. 1997;47:425-434.

Imbelloni LE, Beato L. Comparação entre bupivacaína racêmica (S50-R50) e mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25), ambas Isobáricas, a 0,5% em raquianestesia: Estudo em cirurgias ortopédicas. Rev Bras Anestesiol. 2001;51:369-376.

Foster RH, Markham A. Levobupivacaine: a review of its pharmacology and use as a local anesthetic. Drugs. 2000;59:551-557.

Nakamura G, Castiglia YMM, Nascimento Junior P. Bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína em analgesia e anestesia de parto: Repercussões materno-fetais. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:105-111.

Curi PR. Metodologia e análise da pesquisa em ciências biológicas. 1998.

Goncalves RF, Lauretti GR, Mattos AL. Estudo Comparativo entre bupivacaína a 0,5% e mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% em anestesia peridural. Rev Bras Anestesiol. 2003;53:169-176.

Delfino J, Vale NB. Bupivacaína levógira a 0,5% pura versus mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% em anestesia peridural para cirurgia de varizes. Rev Bras Anestesiol. 2001;51:474-482.

Cortes CAF, Oliveira AS, Castro LFL. Estudo comparativo entre bupivacaina a 0,5%, mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% e ropivacaína a 0,75% associadas ao fentanil em anestesia peridural para cesarianas. Rev Bras Anestesiol. 2003;53:177-187.

Cortes CAF, Castro LFL, Serafim MM. Estudo comparativo entre bupivacaína racêmica a 0,25% e bupivacaína com excesso enantiomérico de 50% (S75-R25) a 0,25% associadas ao fentanil para analgesia de parto com deambulação da parturiente. Rev Bras Anestesiol. 2006;56:16-27.

Cortes CAF, Sanchez CA, Oliveira AS. Analgesia de parto: estudo comparativo entre anestesia combinada raquiperidural versus anestesia peridural continua. Rev Bras Anestesiol. 2007;57:39-51.

Duarte NMC, Caetano AMM, Lima LC. Estudo comparativo entre bupivacaína racêmica (S50-R50) a 0,125% e bupivacaína em excesso enantiomérico de 50% (S75-R25) a 0,125% e 0,25% em anestesia peridural para analgesia de parto. Rev Bras Anestesiol. 2008;58:5-14.

Polley LS, Columb MO, Naughton NN. Relative analgesic potencies of levobupivacaine and Ropivacaína for epidural analgesia in labour. Anesthesiology. 2003;99:1354-1358.

Benhamou D, Ghosh C, Mercier FJ. A randomized sequencial allocation study to determine the minimum effective analgesic concentration of levobupivacaine and ropivacaine in patients receiving epidural analgesia for labor. Anesthesiology. 2003;99:1383-1386.

Polley LS, Columb MO, Naughton NN. Relative analgesic potencies of ropivacaine and bupivacaine for epidural analgesia in labor: implications for therapeutics indexes. Anesthesiology. 1999;90:944-950.

Capogna G, Eleno D, Fusco P. Relative potencies of bupivacaine and ropivacaine for analgesia in labor. Br J Anaesth. 1999;82:371-373.

Owen MD, Thomas JA, Smith T. Ropivacaine 0.075% and bupivacaine 0.075% with fentanyl 2 µg/mL are equivalent for labor epidural analgesia. Anesth Analg. 2002;94:179-183.

Owen MD, D'Angelo R, Gerancher JC. 0.125% ropivacaine is similar to 0.125% bupivacaine for labor analgesia using patient controlled epidural infusion. Anesth Analg. 1998;86:527-531.

Aberg G. Toxicological and local anesthetic effects of optically active isomers of two local anesthetic compounds. Acta Pharmacol Toxicol. 1972;31:273-286.

Lee-Soon S, Wang GK, Concus A. Stereoselective inhibition of neuronal sodium channels by local anesthetics. Anesthesiology. 1992;77:324-325.

Robinson JO, Rosen M, Evans JM. Maternal opinion about analgesia for labor: A controlled trial between epidural block and intramuscular pethidine combined with inhalation. Anaesthesia. 1980;35:1173-1181.

Thorp JA, Hu DH, Albin RM. The effect of intrapartum epidural analgesia on nulliparous labor: a randomized, controlled, prospective trial. Am J Obstet Gynecol. 1993;169:851-858.

Chestnut DH. Does epidural analgesia during labor affect the incidence of cesarean delivery?. . .

Eugenio AGB, Cavalcanti FS. Analgesia de parto condutiva: anestésicos e outros fármacos. Rev Bras Anestesiol. 1993;43:57-63.

Hawkins JL, Arens JF, Bucklin BA. Practice guideline for obstetric anesthesia: a report by American Society of Anesthesiologists. Task Force on Obstetrical Anesthesia. Anesthesiology. 1999;90:600-611.

Zhang J, Yancey MK, Klebanoff MA. Does epidural analgesia prolong labor and increase risk of cesarean delivery?: A nature experiment. Am J Obstet Gynecol. 2001;185:128-134.

5dcea8fe0e88258a5bbf58f2 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections