Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942008000300004
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

O uso de manta térmica no intra-operatório de pacientes submetidos à prostatectomia radical está relacionado com a diminuição do tempo de recuperação pós-anestésica

The intraoperative use of warming blankets in patients undergoing radical prostatectomy is related with a reduction in post-anesthetic recovery time

Cláudia Panossian; Cláudia Marquez Simões; Wilson Roberto Oliveira Milani; Marília Bonifácio Baranauskas; Clarita Bandeira Margarido

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Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A anestesia e o procedimento cirúrgico causam alterações térmicas substanciais. A hipotermia pode causar complicações cardiovasculares, distúrbios da coagulação, alterações imunológicas e hidroeletrolíticas, além de diminuir o metabolismo de fármacos aumentando o período de recuperação pós-anestésica (RPA). A circulação de ar aquecido (manta térmica) é o método de aquecimento não-invasivo mais efetivo disponível atualmente. O objetivo do presente estudo foi comparar o tempo de permanência na RPA de pacientes submetidos à prostatectomia radical com e sem o uso de manta térmica no período intra-operatório. MÉTODO: Foram estudados pacientes ASA PS I, II, III, entre 45 e 75 anos, submetidos à prostatectomia radical sob anestesia geral no ano de 2004. Os dados coletados incluíram: idade, peso, estado físico, técnica anestésica, uso de manta térmica e tempo de permanência na RPA, que foram tabulados em planilha Excel e analisados pelo teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: Os pacientes em que a manta térmica foi utilizada no período intra-operatório permaneceram em média 139,66 ± 58,6 minutos na RPA; já nos pacientes em que a manta térmica não foi utilizada o tempo de permanência foi em média 208,28 ± 65,8 minutos na RPA (p < 0,0001). CONCLUSÕES: Nas condições do presente estudo concluiu-se que o uso de manta térmica no intra-operatório de pacientes submetidos à prostatectomia radical esteve associado a diminuição significativa do tempo de permanência na RPA.

Palavras-chave

COMPLICAÇÕES, FISIOLOGIA, RECUPERAÇÂO PÓS-ANESTÉSICA

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Anesthesia and the surgeries cause substantial thermal changes, and hypothermia can lead to cardiovascular complications, clotting disorders, immunologic changes, and disruption of water and electrolyte balances, besides decreasing drug metabolism and, therefore, increasing post-anesthetic recovery time (PART). Circulation of warm air (forced-air warming blanket) is the most effective non-invasive warming method currently available. The objective of the present study was to compare the time spent in the recovery room of patients undergoing radical prostatectomy with and without the intraoperative use of a forced-air warming blanket. METHODS: Male patients between 45 and 75 years, ASA PS I, II, and III undergoing radical prostatectomy under general anesthesia during 2004 were studied. Data gathered included: age, weight, physical status, anesthetic technique, use of warming blanket, and time spent in the recovery room. The data was recorded on an Excel chart and analyzed by the Mann-Whitney test. RESULTS: Patients in whom the warming blanket was used intraoperatively remained a mean of 139.66 ± 58.6 minutes in the recovery room, while patients without the warming blanket spent a mean of 208.28 ± 65.8 minutes in the recovery room (p < 0.0001). CONCLUSIONS: We concluded that the intraoperative use of the warming blanket in patients undergoing radical prostatectomy was associated with a significant reduction in the time patients spent in the recovery room.

Keywords

COMPLICATIONS, PHYSIOLOGY, POST-ANESTHETIC RECOVERY TIME

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