Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942005000200009
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Clinical Information

Anestesia venosa total para laringectomia parcial em paciente na 28ª semana de gestação: relato de caso

Total intravenous anesthesia for partial laryngectomy in 28 weeks pregnant patient: case report

José Costa; Dalva Maria Carvalho Mendes; José Eduardo de Oliveira Lobo; Adriana Barrozo Ribeiro Furuguem; Gabriel Gilberto Santos

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Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Uma anestesia para paciente gestante constitui um desafio ao anestesiologista em virtude dos riscos para a mãe e para o feto. São muitas as complicações descritas pela literatura como malformações fetais, parto prematuro, instabilidade hemodinâmica materna e até morte fetal. O objetivo deste caso é mostrar uma paciente gestante de 28 semanas, submetida a laringectomia parcial sob anestesia geral venosa total com propofol, remifentanil e cisatracúrio. RELATO DO CASO: Paciente com 29 anos, 59 kg, primigesta de 28 semanas com diagnóstico prévio de carcinoma epidermóide próximo à corda vocal direita, sendo indicada laringectomia. A monitorização inicial constituiu-se de pressão arterial não-invasiva e invasiva, cardioscopia, oxicapnografia e cardiotocografia contínua realizada pela obstetra. Punção venosa no membro superior direito e membro superior esquerdo com cateter 16G e 18G, respectivamente. Foram administrados por via venosa midazolam (1 mg), cefazolina (1 g), metoclopramida (10 mg) e dipirona (1 g). A paciente recebeu oxigênio a 100% sob máscara por 3 minutos e indução venosa foi feita com o uso de propofol em infusão na dose alvo de 3 µg.mL-1 e remifentanil contínuo (1 µg.kg-1 em bolus e 0,2 µg.kg-1.min-1 de manutenção). Como bloqueador neuromuscular, foi administrado cisatracúrio (13 mg) e procedeu-se a intubação traqueal com tubo 6,5 mm aramado com balonete. Foi mantida em plano anestésico com propofol e remifentanil em bomba, além de complementações de cisatracúrio. O feto permaneceu monitorizado continuamente com cardiotocografia realizada e analisada pela obstetra. Após o término da cirurgia foram desligadas as bombas infusoras de propofol e remifentanil, tendo a paciente despertado 10 minutos depois. Acordou sem dor e hemodinamicamente estável, sendo então encaminhada à sala de recuperação pós-anestésica. CONCLUSÕES: A anestesia venosa total com propofol e remifentanil proporcionou estabilidade hemodinâmica para a mãe e o feto, com um despertar precoce e suave.

Palavras-chave

CIRURGIA, Laríngea, GRAVIDEZ, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Geral

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Anesthesia for pregnant patients is a challenge to the anesthesiologist because of the risks for mother and fetus. There are many complications described by the literature, such as fetal malformations, premature birth, maternal hemodynamic instability and even fetal death. The objective here is to show a 28 weeks pregnant patient submitted to partial laryngectomy under total intravenous general anesthesia with propofol, remifentanil and cisatracurium. CASE REPORT: Patient 29 years, 59 kg, primigravida of 28 weeks with previous diagnosis of epidermoid carcinoma close to the right vocal chord, scheduled for laryngectomy. Initial monitoring consisted of noninvasive and invasive blood pressure, cardioscopy, oxicapnography and continuous cardiotocography accomplished by the obstetrician. Venous puncture in right and left arm with 16G and 18G catheter, respectively. Patient received intravenous midazolam (1 mg), cefazolin (1 g), metoclopramide (10 mg) and dipirone (1 g). Patient was oxygenated with 100% O2 under mask for 3 minutes and intravenous anesthesia was induced with propofol in controlled target infusion (3 µg.mL-1) and continuous remifentanil (1 µg.kg-1 in bolus and 0.2 µg.kg-1.min-1 for maintenance). Cisatracurium (13 mg) was administered for muscle relaxation and tracheal intubation was achieved with 6.5 mm spiral-reinforced cuffed tube. Anesthesia was maintained with propofol and remifentanil in infusion pump, in addition to cisatracurium complementation. Fetus was continuously monitored with cardiotocography accomplished and analyzed by the obstetrician. Propofol and remifentanil infusion pumps were turned off at the end of completion and patient woke up 10 minutes later, without pain and hemodynamically stable, being then referred to the post-anesthetic care unit. CONCLUSIONS: Total intravenous anesthesia with propofol and remifentanil has provided hemodynamic stability for mother and fetus, with early and smooth emergence.

Keywords

ANESTHETIC TECHNIQUES, General, PREGNANCY, SURGERY, Laryngeal

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