Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942004000600007
Brazilian Journal of Anesthesiology
Clinical Information

Fratura de agulha durante punção subaracnóidea: relato de caso

Needle fracture during spinal puncture: case report

Marcos G C Cruvinel; André V C Andrade

Downloads: 2
Views: 857

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Depois da introdução das agulhas de fino calibre (26G, 27G e 29G) e a conseqüente diminuição da incidência de cefaléia pós-punção da dura-máter, a raquianestesia vem sendo cada dia mais empregada. Suas complicações são pouco freqüentes. Recentemente, entretanto, foi observada uma complicação aparentemente rara, de fratura da agulha durante punção subaracnóidea. O objetivo deste relato é registrar o fato e aventar as possíveis causas e sua prevenção. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 53 anos, 90 kg, 175 cm, portador de hipertensão arterial sistêmica crônica e insuficiência renal crônica apresentou-se, em caráter de urgência, para transplante renal. Foi proposta a administração de morfina subaracnóidea visando analgesia pós-operatória. Inicialmente tentou-se, sem sucesso, punção em L3-L4 com agulha 27G, seguiu-se tentativa de punção em L2-L3 quando se percebeu deformação da agulha. Ao ser retirada a agulha partiu-se, permanecendo um fragmento de 43 mm no ligamento interespinhoso de L2-L3, confirmado por fluoroscopia. Foi induzida anestesia geral e procedeu-se exploração cirúrgica guiada por fluoroscopia com retirada do fragmento da agulha. A seguir, o transplante renal foi realizado sem intercorrências. CONCLUSÕES: A diminuição do calibre das agulhas, que trouxe a vantagem da redução da incidência de cefaléia pós-punção da dura-máter, fez também com que elas se tornassem mais frágeis. Em casos onde os ligamentos são mais resistentes e a punção tentada mais de uma vez, pode haver deformação do material que fica susceptível a quebra. Conclui-se que em situações em que há resistência aumentada à passagem da agulha ou dificuldade de punção, o risco de sua deformação e a possibilidade de fratura devem ser confrontados com as vantagens do uso de agulhas de fino calibre.

Palavras-chave

COMPLICAÇÕES, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: After fine spinal needles (26G, 27G and 29G) introduction and consequent decrease in post dural puncture headache, spinal anesthesia is being increasingly used. Its complications are uncommon however recently we have observed a seemingly unusual complication: needle fracture during spinal puncture. This report aimed at describing the fact and at pointing its possible causes in addition to its prevention. CASE REPORT: Male patient, 53 years old, 90 kg, 175 cm, with chronic systemic hypertension and renal failure presented for emergency renal transplantation. Spinal morphine was proposed for postoperative analgesia. Puncture at L3-L4 with 27G needle was attempted without success, and was followed by attempt at L2-L3 when needle deformation was observed. Needle has broken at removal, leaving behind a 43 mm fragment in the L2-L3 interspinous ligament, which was confirmed by fluoroscopy. General anesthesia was induced and fragment was removed by fluoroscopic surgical exploration. Renal transplantation was then performed uneventfully. CONCLUSIONS: Decreased needle gauge has decreased post dural puncture headache but has also made needles fragiles. When ligaments are more resistant and puncture is attempted more than once there may be material stress leading to needle fracture. In conclusion, when there is increased resistance to needle introduction and puncture difficulty, the risk of deformation and potential fracture should be balanced against fine needle advantages.

Keywords

ANESTHETIC TECHNIQUES, ANESTHETIC TECHNIQUES, COMPLICATIONS

References

Imbelloni LE, Fortis EF. Agulhas, Cateteres, Técnicas e Drogas. Tratado de Anestesia Raquidiana. 2001:57-66.

Imbelloni LE. O Uso Racional da Raquianestesia. Tratado de Anestesia Raquidiana. 2001:74-86.

Fortuna A, Fortuna A. Complicações Neurológicas da Raquianestesia. Tratado de Anestesia Raquidiana. 2001:164-177.

Lambert DH. Complications of spinal anesthesia. Int Anesthesiol Clin. 1989;27:51-55.

Bouchacourt V. Falhas na Raquianestesia. Tratado de Anestesia Raquidiana. 2001:192-198.

Liu SS, McDonald S. Current issues in spinal anesthesia. Anesthesiology. 2001;94:888-906.

Casati A, Vinciguerra F. Intrathecal anesthesia. Curr Opin Anesthesiol. 2002;15:543-551.

Horlocker TT, McGregor DG, Matsushige DK. A retrospective review of 4767 consecutive spinal anesthetics: central nervous system complications. Perioperative Outcomes Group. Anesth Analg. 1997;84:578-584.

Ganem EM, Castiglia YMM, Vianna PTG. Complicações neurológicas determinadas pela anestesia subaracnóidea. Rev Bras Anestesiol. 2002;52:471-480.

Auroy Y, Narchi P, Messiah A. Serious complications related to regional anesthesia: results of a prospective survey in France. Anesthesiology. 1997;87:479-486.

Faccenda KA, Finucane BT. Complications of regional anaesthesia. Incidence and prevention. Drug Saf. 2001;24:413-442.

Ben-David B, Rawa R. Complications of neuroaxial blockade. Anesthesiol Clin North America. 2002;20:669-693.

Hemmerling TM, Babin D. Phonomyography-acoustic myography using condenser microphones: a promising new method of monitoring neuromuscular transmission. Anaesth Intensive Care. 2002;30:532-533.

Crowhurst JA. Fractured 27 gauge Whitacre spinal needle. Anaesth Intensive Care. 1997;25:317-318.

Crowhurst JA, Plaat F. Fractured fine gauge narrow, atraumatic (pencil point) spinal needles. Anaesth Intensive Care. 1998;26:457-458.

Benham M. Spinal needle damage during routine clinical practice. Anaesthesia. 1996;51:843-845.

de Filho GR, Gomes HP, da Fonseca MH. Predictors of successful neuroaxial block: a prospective study. Eur J Anesthesiol. 2002;19:447-451.

Chaney MA, Brey SJ. Severe deformation of small-gauge spinal needle. Anesth Analg. 1993;77:401-402.

Imbelloni LE, Sobral MGV, Carneiro ANG. Raquianestesia com agulhas finas tipo Quincke. Rev Bras Anestesiol. 1994;44:293-294.

5dd6dc8f0e88259f1b13f286 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections