Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942003000300009
Brazilian Journal of Anesthesiology
Clinical Information

Anestesia para septoplastia e turbinectomia em paciente portador de doença de von Willebrand: relato de caso

Anesthesia for septoplasty and turbinectomy in von Willebrand disease patient: case report

Múcio Paranhos de Abreu; André de Moraes Porto; Alexandre Leite Minari; Henrique Gonçalves Caseli

Downloads: 0
Views: 1154

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Embora a doença de von Willebrand seja o mais comum dos distúrbios hemorrágicos hereditários, as publicações nacionais, relacionando esta doença e a prática anestésica, são escassas. O objetivo deste relato é apresentar um caso de anestesia geral para septoplastia e turbinectomia em paciente portador de doença de von Willebrand - Tipo I, tratado profilaticamente com desmopressina (1-deamino-8-D-arginina vasopressina, DDAVP) nos períodos pré e pós-operatório. RELATO DO CASO: Paciente com 19 anos, sexo feminino, 58 kg, portadora de hipotiroidismo, controlado com L-tiroxina (75 mg), e de doença de von Willebrand, que se manifestou há três anos, após extração dentária dos sisos, com sangramento persistente no período pós-operatório. Com o objetivo de se evitar novos episódios hemorrágicos nos períodos per e pós-operatório da cirurgia de septoplastia e turbinectomia a que foi submetida, a paciente foi tratada profilaticamente com desmopressina (0,3 µg.kg-1). A indução anestésica foi realizada com midazolam (2,5 mg), fentanil (150 µg), droperidol (2,5 mg), lidocaína (60 mg), atracúrio (30 mg) e metoprolol (4 mg), seguida de intubação traqueal e ventilação sob pressão positiva intermitente. A manutenção da anestesia foi realizada com mistura de oxigênio e óxido nitroso a 50% e sevoflurano a 2%. Esta técnica proporcionou um bom controle da freqüência cardíaca e dos níveis pressóricos durante a cirurgia. A paciente permaneceu com tampão nasal por 24 horas e, quando este foi retirado, não houve sangramento. A paciente recebeu alta hospitalar no dia seguinte ao da cirurgia, sem intercorrências. Não houve episódio hemorrágico no período pós-operatório imediato ou tardio. CONCLUSÕES: O tratamento profilático com DDAVP associado à técnica anestésica utilizada nesse caso, mostrou-se eficaz no controle do sangramento per e pós-operatório.

Palavras-chave

CIRURGIA, CIRURGIA, DOENÇAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Although von Willebrand’s disease is the most common hereditary hemorrhagic disorder, there are few reports in Brazilian literature relating this disease to anesthesia. This report aimed at describing a case of general anesthesia for septoplasty and turbinectomy in a von Willebrand’s disease type I patient, prophylactically treated with desmopressin (1-deamine-8-D- arginine vasopressin, DDAVP) in the pre and postoperative period. CASE REPORT: A female patient, 19 years old, 58 kg, with hypothyroidism controlled with L-tiroxine (75 mg) had her von Willebrand’s disease manifested three years before after a wisdom tooth extraction with persistent bleeding in the postoperative period. To prevent new per and postoperative hemorrhagic episodes, patient was prophylactically treated with desmopressin (0.3 µg.kg-1). Anesthesia was induced with midazolam (2.5 mg), fentanyl (150 µg), droperidol (2.5 mg), lidocaine (60 mg), atracurium (30 mg) and metoprolol (4 mg), followed by tracheal intubation and ventilation under intermittent positive pressure. Anesthesia was maintained with 2% sevoflurane in a mixture of 50% oxygen and nitrous oxide. This technique provided a good heart rate and blood pressure control during surgery. Patient remained with a nasal tampon for 24 hours and no bleeding was observed at its removal. Patient was discharged the day after surgery uneventfully. There were no immediate or late postoperative bleeding. CONCLUSIONS: The prophylactic treatment with DDAVP associated to the anesthetic technique used in this case was effective in controlling peri and postoperative bleeding.

Keywords

DISEASE, SURGERY, SURGERY

Referencias

Batlle J, Rendal E, Ferández MFL. The problem of diagnosing von Willebrand’s disease. J Intern Mws. 1997;242(^s740):121-128.

D’Amico EA, Villaça PR. Doença de von Willebrand. Hematologia: Fundamentos e Prática. 2001:819-831.

Sadler JE. A revised classification of von Willebrand disease. Thromb Haemost. 1994;71:520-525.

Hanoim RI. Distúrbios da Hemostasia. Medicina Interna. 1998:782-785.

Whalley ICN. Retrospective review of the management of elective surgery with desmopressin and clotting factor concentrates in patients with von Willebrand disease. Am J Hematology. 2001;66:280-284.

Ewenstein BM. von Willebrand‘s disease. Annu Rev Med. 1997;48:525-542.

Cattaneo M, Federici AB, Mannucci PM. Diagnosis and management of von Willebrand disease. Haemophilia. 1999;5(^s2):28-37.

Plumley MH. DDAVP and anaesthesia. Anaesthesia. 1989;43:898.

Rodeghiero F. von Willebrand disease: still an intriguing disorder in the era of molecular medicine. Haemophilia. 2002;8:292-300.

Mannucci PM. 1-Deamino-8-D-arginine vasopressin: a new pharmacological approach to the management of haemophilia and von Willebrand’s diseases. Lancet. 1977;17:172-177.

Allen GC. Adenotonsillectomy in children with von Willebrand disease. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1999;125:547-541.

Federici AB, Mannucci PM. Diagnosis and management of von Willebrand disease. Haemophilia. 1999;5(^s2):28-37.

Schulman S. Haemostatic and replacement therapy in von Willebrand disease. Haemophilia. 1999;5(^s2):57-59.

Ferreira MA. Anestesia para Otorrinolaringologia. Anestesiologia SAESP. 1996:607-617.

Vieira JL. Hipotensão Arterial Induzida. Anestesiologia SAESP. 1996:429-444.

5ddd382d0e8825d20e1da3e9 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections