Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942003000300002
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Raquianestesia para cesariana com bupivacaína a 0,5% isobárica associada ao fentanil e morfina: estudo prospectivo com diferentes volumes

Spinal anesthesia for cesarean section with 0.5% isobaric bupivacaine plus fentanyl and morphine: prospective study with different volumes

Luiz Eduardo Imbelloni; Eneida Maria Vieira; Ana Rocha; Marildo Assunção Gouveia; José Antônio Cordeiro

Downloads: 2
Views: 1872

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A raquianestesia para cesariana foi descrita poucos anos após o primeiro relato de Bier em 1898 e nos últimos 5 anos ela se tornou método de escolha em nosso hospital. O objetivo deste estudo prospectivo em cesariana é avaliar o uso da bupivacaína a 0,5% isobárica, administrada com as parturientes em decúbito lateral, após injeção de fentanil e morfina, e correlacionar com a incidência de complicações hemodinâmicas e dispersão cefálica com diferentes volumes. MÉTODO: Cem pacientes submetidas à raquianestesia para cesariana eletiva foram aleatoriamente separadas em três grupos que receberam: 4 ml (20 mg), 3 ml (15 mg) e 2,5 ml (12,5 mg) de bupivacaína a 0,5% isobárica acrescida de 25 µg de fentanil e 50 µg de morfina injetadas antes do anestésico. Foram avaliados e comparados os seguintes parâmetros: latência da analgesia, bloqueio motor, dispersão cefálica da analgesia, alterações cardiovasculares e incidência de náuseas e vômitos. RESULTADOS: Os três volumes de bupivacaína a 0,5% isobárica produziram efeitos comparáveis. O tempo de latência foi maior com a menor dose. Não foram observadas diferenças na dispersão cefálica, no número de pacientes que tiveram níveis cervicais, nas alterações cardiovasculares e na incidência de cefaléia pós-punção. O nível máximo da analgesia foi T4 (amplitude: T3-T6) com 4 ml, T4 (amplitude: T4-T11) com 3 ml e T4 (amplitude: T4-T8) com 2,5 ml. Nenhuma paciente necessitou de efedrina para tratar hipotensão arterial. O bloqueio motor não foi completo em todas as pacientes. Uma paciente desenvolveu cefaléia pós-punção. CONCLUSÕES: O resultado deste estudo confirma que a bupivacaína a 0,5% isobárica injetada após administração, em seringas separadas de fentanil e morfina, e em decúbito lateral nos volumes de 2,5, 3 e 4 ml proporciona uma rápida e efetiva anestesia para cesariana.

Palavras-chave

ANALGÉSICOS, ANALGÉSICOS, ANALGÉSICOS, ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, CIRURGIA, CIRURGIA, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spinal block for cesarean section was described few years after the first report of spinal anesthesia by Bier in 1899. It was not until the last 5 years that spinal anesthesia has become the most frequent anesthetic method for cesarean section at our hospital. This prospective study aimed at evaluating 0.5% spinal isobaric bupivacaine for cesarean section, injected after fentanyl and morphine, in the lateral position, and at correlating the incidence of hemodynamic changes and cephalad spread with different volumes. METHODS: Participated in this study 100 patients undergoing spinal anesthesia for elective cesarean delivery who were randomly allocated into three groups to receive: 4 ml (20 mg), 3 ml (15 mg) or 2.5 ml (12.5 mg) of 0.5% isobaric bupivacaine after 25 µg fentanyl plus 50 µg morphine. The following parameters were evaluated and compared: analgesia and motor block onset, cephalad spread of analgesia, cardiovascular changes and the incidence of nausea and vomiting. RESULTS: The three volumes of 0.5% isobaric bupivacaine produced comparable effects. Onset was longer for the lowest dose. There were no differences in cephalad spread, number of patients with high cervical levels, cardiovascular changes and post dural puncture headache. Maximum analgesic level was T4 (range: T3-T6) with 4 ml, T4 (range: T4-T11) with 3 ml and T4 (range: T4-T8) with 2.5 ml. No patient required ephedrine to treat arterial hypotension. Motor block was incomplete for all patients. One patient developed post dural puncture headache. CONCLUSIONS: Results of this study confirm that 0.5% isobaric bupivacaine, following fentanyl and morphine injected with separate syringes and in the lateral position, in doses of 2.5, 3 and 4 ml provides a fast and effective anesthesia for cesarean section.

Keywords

ANALGESICS, ANALGESICS, ANALGESICS, ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETIC TECHNIQUES, ANESTHETIC TECHNIQUES, SURGERY, SURGERY

References

Villar GCP, Rosa C, Cappelli EL. Incidência de cefaléia pós-raquianestesia em pacientes obstétricas com o uso de agulha de Whitacre calibre 27G: Experiência com 4570 casos. Rev Bras Anestesiol. 1999;49:110-112.

Neves JFNP, Monteiro GA, Almeida JR. Raquianestesia para cesariana: avaliação da cefaléia com agulhas de Quincke e Whitacre 25G e 27G. Rev Bras Anestesiol. 1999;49:173-175.

Imbelloni LE, Carneiro ANG, Sobral MGC. Complicações da anestesia subaracnóidea com bupivacaína hiperbárica para cesariana: estudo prospectivo. Rev Bras Anestesiol. 1996;46:13-18.

Carvalho JCA, Siaulys MM, Kuriki W. Estudo comparativo de agulhas Quincke vs Whitacre, calibre 5 (25G) em raquianestesia para cesárea. Rev Bras Anestesiol. 1993;43:239-243.

Carvalho JCA, Mathias RS, Torres MLA. Effect of baricity on subarachnoid anesthesia with bupivacaine for cesarean section. Reg Anesth. 1988;13(^s1S):14.

Carvalho JCA, Mathias RS. Raquianestesia em Obstetrícia. Raquianestesia. 1995:73-86.

Imbelloni LE, Beato L. Comparação entre bupivacaína racêmica (S50-R50) e mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25), ambas isobáricas, a 0,5% em raquianestesia: Estudo em cirurgias ortopédicas. Rev Bras Anestesiol. 2001;51:369-376.

Russell IF, Holmqvist LO. Subarachnoid analgesia for caesarian section: A double-blind comparison of plain and hyperbaric 0.5% bupivacaine. Br J Anaesth. 1987;59:347-353.

Carpenter RL, Caplan RA, Brown DL. Incidence and risk factors for side effects of spinal anesthesia. Anesthesiology. 1992;76:906-916.

Auroy Y, Naschi P, Messiah A. Severe complications related to regional anesthesia: Results of a prospective survey in France. Anesthesiology. 1997;87:479-486.

Carvalho JCA, Cardoso MMSC, Capelli EL. Efedrina profilática durante raquianestesia para cesariana: estudo dose-resposta da administração em bolus e em infusão contínua. Rev Bras Anestesiol. 1999;49:309-314.

Carvalho JCA, Cardoso MMSC, Lorenz E. Efedrina profilática durante raquianestesia para cesariana: bolus seguido de infusão contínua em dose fixa e infusão contínua de dose decrescentes. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:425-430.

Imbelloni LE. O Uso Racional da Raquianestesia. Tratado de Anestesia Raquidiana. 2001;8:74-86.

Yentis SM, Jenkins CS, Lucas DN. The effect of prophylactic glycopyrrolate on maternal haemodynamics following spinal anaesthesia for elective caesarean section. Int J Obstet Anesth. 2000;9:156-159.

Jorgensen HS, Bach LF, Helbo-Hansen HS. Warm or cold saline for volume preload before spinal anaesthesia for caesarean section?. Int J Obstet Anesth. 2000;9:20-25.

Simon L, Boulay G, Ziane AF. Effect of injection rate on hypotension associated with spinal anesthesia for cesarean section. Int J Obstet Anesth. 2000;9:10-14.

Imbelloni LE. Morfina peridural: avaliação da analgesia e força expiratória no pós-operatório imediato. Rev Bras Anestesiol. 1982;32:25-31.

Reuben SS, Dunn SM, Duprat KM. An intrathecal fentanyl dose-response study in lower extremity revascularization procedures. Anesthesiology. 1994;81:1371-1375.

Hamber EA, Viscomi CM. Intrathecal lipophilic opioids as adjuncts to surgical spinal anesthesia. Reg Anesth Pain Med. 1999;24:255-263.

Parlow JL, Moneu P, Chan PS. Addition of opioids alters the density and spread of intrathecal local anesthetics?: An in vitro study. Can J Anaesth. 1999;46:66-70.

Capogna G, Celleno D. Improving epidural anesthesia during cesarean section: causes of maternal discomfort or pain during surgery. Int J Obstet Anesth. 1994;3:149-152.

Numazaki M, Fujii Y. Subhypnotic dose of propofol for prevention of nausea and vomiting during spinal anaesthesia for caesarean section. Anaesth Intensive Care. 2000;28:262-265.

Manullang TR, Viscomi CM, Pace NL. Intrathecal fentanyl is superior to intravenous ondansetron for the prevention of perioperative nausea during cesarean delivery with spinal anesthesia. Anesth Analg. 2000;90:1162-1166.

Chamberlain DP, Chamberlain BDL. Changes in skin temperature of the trunk and their relationship with sympathetic blockade during spinal anesthesia. Anesthesiology. 1986;65:139-143.

5ddd35ae0e88251e061da3ea rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections