Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942003000200005
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Estudo comparativo entre bupivacaína a 0,5%, mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% e ropivacaína a 0,75% associadas ao fentanil em anestesia peridural para cesarianas

Comparative study between 0.5% bupivacaine, 0.5% enantiomeric mixture of bupivacaine (S75-R25) and 0.75% ropivacaine, all associated to fentanyl, for epidural cesarean section anesthesia

Carlos Alberto Figueiredo Côrtes; Amaury Sanchez Oliveira; Luis Fernando Lima Castro; Franz Schubert Cavalcanti; Maurício Marsaioli Serafim; César Taia; Siguero Taia Filho

Downloads: 0
Views: 654

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Estudos clínicos com enantiômeros levógiros dos anestésicos locais demonstraram maior segurança em função de menor cardiotoxicidade. Este estudo visou avaliar a qualidade da anestesia e as repercussões maternas e fetais com o emprego da bupivacaína a 0,5%, com a mistura enantiomérica da bupivacaína (S75-R25) a 0,5% e com a ropivacaína a 0,75% associadas ao fentanil, por via peridural em cesarianas. MÉTODO: Foram avaliadas 90 gestantes, estado físico ASA I, submetidas à cesariana eletiva sob anestesia peridural e divididas em 3 grupos: no grupo I receberam 23 ml de bupivacaína a 0,5% com epinefrina; no grupo II receberam 23 ml da mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% com epinefrina e no grupo III receberam 23 ml de ropivacaína a 0,75%. Associaram-se 2 ml de fentanil aos anestésicos locais. Foram avaliados: tempo de latência, duração da analgesia, grau de bloqueios motor e sensitivo, tempos de histerotomia e delivramento, relaxamento muscular e qualidade da anestesia, alterações hemodinâmicas e respiratórias maternas, presença de efeitos colaterais e vitalidade dos recém-nascidos através do índice de Apgar e da gasometria do cordão umbilical. RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos, exceto na qualidade da anestesia. Nos grupos com predominância da fração levógira foi clinicamente inferior, havendo necessidade de complementação da anestesia em 3 casos. A duração da analgesia foi maior no grupo da ropivacaína. CONCLUSÕES: A mistura enantiomérica (S75-R25) da bupivacaína a 0,5% e a ropivacaína a 0,75% por via peridural proporcionaram boas condições, tanto quanto a bupivacaína a 0,5%, para a realização do ato anestésico-cirúrgico. As repercussões nos neonatos mostraram que os agentes anestésicos foram igualmente seguros.

Palavras-chave

ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, CIRURGIA, CIRURGIA, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Clinical trials with local anesthetic levo-enantiomers have shown higher safety due to lower cardiotoxicity. This study aimed at evaluating quality of anesthesia and maternal/fetal repercussions of 0.5% bupivacaine, enantiomeric 0.5% bupivacaine (S75-R25) and 0.75% ropivacaine, all associated to fentanyl, in epidural cesarean section anesthesia. METHODS: Participated in this study 90 full-term pregnant women, physical status ASA I, submitted to elective cesarean section under epidural anesthesia, who were divided into tree groups: group I - 23 ml racemic 0.5% bupivacaine with epinephrine; Group II -23 ml enantiomeric 0.5% bupivacaine (S75-R25) with epinephrine; Group III - 23 ml of 0.75% ropivacaine. Fentanyl (2 ml) was associated to local anesthetics in all groups. The following parameters were evaluated: onset, analgesia duration, sensory and motor block degree, time to hysterotomy and delivery, quality of muscle relaxation and anesthesia, maternal hemodynamic and respiratory changes, newborn vitality (evaluated through Apgar score and cord-blood gases analysis), and side-effects. RESULTS: There were no differences among groups, except for anesthesia quality. In groups with predominant levo-enantiomer fraction were clinically worse with the need for anesthetic complementation in three cases. Analgesia duration was longer in the ropivacaine group. CONCLUSIONS: Enantiomeric mixture 0.5% bupivacaine (S75-R25) and 0.75% ropivacaine for epidural anesthesia have provided as good conditions as racemic 0.5% bupivacaine for the surgical act. Newborn repercussions have shown that all solutions were equally safe.

Keywords

ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETIC TECHNIQUES, ANESTHETIC TECHNIQUES, SURGERY, SURGERY

References

Simonetti MPB. Ropivacaína: estado atual e perspectivas futuras. Rev Bras Anestesiol. 1995;45:131-140.

Albright GA. Cardiac arrest following regional anesthesia with etidocaine or bupivacaine. Anesthesiology. 1979;51:285-286.

Scott DB, Lee A, Fegon A. Active toxicity of ropivacaine compared with that of bupivacaine. Anesth Analg. 1989;69:653-569.

Calvey TN. Chirality in anesthesia. Anaesthesia. 1992;47:93-94.

Simonetti . A contribuição da quiralidade na qualidade total na anestesia regional. Rev Bras Anestesiol. 1997;47:86-88.

Simonetti MPB, Valinetti EA, Ferreira FMC. Avaliação da atividade anestésica local da S(-) bupivacaína: estudo experimental, in vivo em nervo ciático de rato. Rev Bras Anestesiol. 1997;47:425-434.

Simonetti MPB, Batista RA, Ferreira FMC. Estereoisomeria: a interface da tecnologia industrial de medicamentos e da racionalização terapêutica. Rev Bras Anestesiol. 1998;48:390-399.

Vale NB, Delfino J. Da cosmologia à estereosseletividade na anestesia regional: Novo desafio à indústria farmacêutica. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:254-262.

Tonelli D, Canga JC, Vasconcelos JC. Efeito amnéstico do midazolam venoso: Estudo clínico de 38 casos. ev Bras Anestesiol. 1993;43:103-105.

McClure JH. Ropivacaine. Br J Anaesth. 1996;76:300-307.

Malinovsky JM, Charles F, Kick O. Intrathecal anesthesia: ropivacaine versus bupivacaine. Anesth Analg. 2000;91:1457-1460.

Capogna G, Celleno D, Fusco P. Relative potencies of bupivacaine and ropivacaine for analgesia in labour. Br J Anaesth. 1999;82:371-373.

Carvalho JCA, Cardoso MMSC, Capelli EL. Estudo comparativo entre ropivacaína 0,75% e bupivacaína 0,5% em anestesia peridural para cesárea. Rev Bras Anestesiol. 1997;47(^s22).

Mathias R, Torres MLA, Moraes JE. Comparação da qualidade da anestesia peridural para cesariana com bupivacaína racêmica, levobupivacaína e ropivacaína. Rev Bras Anestesiol. 1999;49(^s24).

Reynolds F. Bloqueio Epidural e Raquidiano em Obstetrícia. 1993:139-150, 205-218.

Antoine C, Young BK. Fetal latic acidosis with epidural anesthesia. Am J Obstetr Gynecol. 1982;142:55-59.

Cavalcanti FS. Suplementação de oxigênio à parturiente: Repercussão sobre o estado ácido-base da mãe e do recém-nascido. Rev Bras Anestesiol. 1992;42:341-347.

Amaro AR, Capelli EL, Cardoso MMSC. Deslocamento uterino manual ou cunha de Crowford modificada?: Estudo comparativo em raquianestesia para cesarianas. Rev Bras Anestesiol. 1998;48:99-104.

Ferreira AA. Anestésicos Locais. Anestesia Ambulatorial. 2001:163-182.

Crosby E, Sandler A. Comparison of epidural anesthesia with ropivacaine 0.5% and bupivacaine 0.5% for cesarean section. Can J Anaesth. 1998;45:1066-1071.

5ddc49530e8825d239f2c91e rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections