Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942002000600004
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Comparação da qualidade do bloqueio oftálmico periconal com ropivacaína a 1% e 0,75% com punção os pontos infraorbitário lateral e medial da órbita

Comparison of ophthalmic periconal blockade with 1% and 0.75% ropivacaine with lateral infraorbital and medial canthus punctures

Carlos Escobar Vásquez; Marcelo Vechi Macuco; Antonio Bedin; Renato Almeida Couto de Castro

Downloads: 0
Views: 721

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: São diversos os fármacos empregados e diversas as vias de abordagem da região peribulbar. Nosso objetivo foi investigar a qualidade do bloqueio oftálmico periconal, através de dois pontos de punção, utilizando ropivacaína em diferentes concentrações, sem adição de hialuronidase. MÉTODO: Foram estudados 50 pacientes submetidos à cirurgia oftalmológica, distribuídos aleatoriamente em dois grupos: R1 (Ropivacaína a 1%) e R0,75 (Ropivacaína a 0,75%). O volume de anestésico local injetado foi ajustado conforme a tolerância e distensibilidade do espaço periconal no ponto infraorbitário e, se necessário, um volume adicional de até 3 ml no compartimento periconal medial da órbita. Escores de motilidade foram atribuídos a cada músculo reto. Foi avaliado também o grau de bloqueio motor dos músculos elevador da pálpebra superior e orbicular ocular. Os dados foram avaliados nos seguintes momentos: M0 = imediatamente antes de realizar o bloqueio; M5 = 5 minutos após o bloqueio; M10 = 10 minutos após o bloqueio; e M15 = 15 minutos após o bloqueio. RESULTADOS: Dois pacientes do grupo R1 e oito pacientes no grupo R0,75 necessitaram complementação, sendo esta diferença significativa. Em 72% dos casos, em ambos os grupos, foram realizadas somente as duas punções iniciais. O volume total de anestésico e o volume empregado na primeira punção foram respectivamente, no grupo R1: 9,72 ± 2,38 ml e 6,96 ± 0,97 ml e no grupo R0,75: 12,64 ± 5,10 ml e 7,36 ± 1,07 ml, apresentando também diferença significativa. Houve diferença significativa dos escores de motricidade nos momentos M10(R1 = 1,6; R0,75 = 3,8) e M15(R1 = 1,04; R0,75 = 2,8). CONCLUSÕES: Concluímos que a ropivacaína a 1% mostrou-se mais eficiente do que a ropivacaína a 0,75% quando utilizadas sem hialuronidase para realização de bloqueios oftálmicos periconais pelas técnicas apresentadas. Houve uma tendência a um menor número de punções com a ropivacaína a 1%, e um número significativamente menor de pacientes necessitou de complementação neste mesmo grupo.

Palavras-chave

ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, CIRURGIA, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Several drugs and methods are used for peribulbar blockade. Our objective was to investigate the quality of ophthalmic periconal blockade by the double puncture technique, with different ropivacaine concentrations and without hyaluronidase. METHODS: Participated in this study fifty patients submitted to ophthalmologic surgery, who were randomly allocated in two groups: R1 (1% Ropivacaine) and R0.75 (0.75% Ropivacaine). Local anesthetic volume was adjusted according to the tole- rance and elasticity of the periconal space at the infraorbital site and, when necessary, not more than 3 ml were used at the medial canthus site. Motor function scores were attributed to each rectus muscle. Motor block of the levator palpebrae superioris and orbicularis muscles was also evaluated. Data were evaluated in the following moments: M0 = immediately before blockade; M5 = 5 minutes after blockade; M 10= 10 minutes after blockade; and M15 = 15 minutes after blockade. RESULTS: Two R1 patients and eight R0.75 patients needed complementation and this difference was significant. In 72% of cases only 2 initial punctures were performed in both groups. Total anesthetic volume and first puncture volume were, respectively, for R1: 9.72 ± 2.38 ml and 6.96 ± 0.97 ml; and for R0.75: 12.64 ± 5.10 ml and 7.36 ± 1.07 ml, also with significant differences. There were significant motor function score differences in moments M10 (R1 = 1.6; R0.75 = 3.8) and M15 (R1 = 1.04; R0.75 = 2.8). CONCLUSIONS: We concluded that 1% ropivacaine is more effective than 0.75% ropivacaine when no hyaluronidase is used to perform ophthalmic periconal blockade by the double puncture technique. There was a trend to less punctures with 1% ropivacaine and a significantly lower number of patients needed complementation in this same group.

Keywords

ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETIC TECHNIQUES, ANESTHETIC TECHNIQUES, SURGERY

References

Serzedo PSM, Nociti JR, Zuccolotto EB. Bloqueio peribulbar com ropivacaína: influência da hialuronidase sobre a qualidade do bloqueio e a pressão intra-ocular. Rev Bras Anestesiol. 2001;51:202-207.

Vanetti LF. Anestesia para Oftalmologia. Anestesiologia SAESP. 2001:811-830.

Ripart J, Lefant J, Coussaye JE. Peribulbar versus retrobulbar anesthesia for ophthalmic surgery: an anatomical comparison of extraconal and intraconal injections. Anesthesiology. 2001;94:56-62.

Hustead RF, Hamilton RC, Loken RG. Periocular local anesthesia: medial orbital as an alternative to superior nasal injection. J Cataract Refrac Surg. 1994;20:197-201.

Moraes SS, Leal Filho AV, Martins MP. Ropivacaína a 1% em anestesia peribulbar para cirurgia de catarata. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:248-250.

Nicholson G, Sutton B, Hall GM. Ropivacaine for peribulbar anaesthesia. Br J Anaesth. 1999;82:105-106.

Oliveira Filho GR, Nicolodi MA, Dal Mago AJ. Comparação entre a bupivacaína 0,75% e a ropivacaína 0,75% em bloqueio peribulb. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:217-220.

Serzedo PSM, Nociti JR, Zuccolotto EB. Pressão intraocular durante bloqueio peribulbar com ropivacaína a 1%. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:251-253.

Serzedo PSM, Nociti JR, Zuccolotto EB. Pressão intraocular durante bloqueio peribulbar com ropivacaína ou bupivacaína: estudo comparativo. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:341-344.

Mclure HA, Rubin AP. Comparison of 0.75% levobupivacaine with 0.75% racemic bupivacaine for peribulbar anaesthesia. Anaesthesia. 1998;53:1160-1164.

Prosser DP, Jones HM, Roberts JE. Peribulbar anaesthesia. Can J Anaesth. 1995;42:838-839.

Cangiani LM. Anestesia em Oftalmologia. Anestesiologia: Princípios e Técnicas. 1997:608-615.

Stocche RM, Garcia LV, Klamt JG. Medicação pré-anestésica com clonidina por via oral em cirurgia de catarata. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:278-282.

Stocche RM, Klamt JG, Garcia LV. Clonidina venosa no controle da hipertensão arterial perioperatória em cirurgias de catarata: Estudo retrospectivo. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:289-293.

Ripart J, Lefrant JY, Lalourcey L. Medial canthus (caruncle) single injection periocular anesthesia. Anesth Analg. 1996;83:1234-1238.

Ripart J, Metge L, Prat-Pradal D. Medial canthus single-injection episcleral (sub-tenon anesthesia): computed tomography imaging. Anesth Analg. 1998;87:42-45.

Gillart T, Barrau P, Bazin JE. Lidocaine plus ropivacaine versus lidocaine plus bupivacaine for peribulbar anesthesia by single medial injection. Anesth Analg. 1999;89:1192-1201.

Ripart J, Lefrant J, L’Hermite J. Caruncle single injection episcleral (subtenon) anesthesia for cataract surgery: mepivacaine versus a lidocaine-bupivacaine mixture. Anesth Analg. 2000;91:107-109.

Ripart J, Benbabaali M, L’Hermite J. Ophthalmic blocks at the medial canthus. Anesthesiology. 2001;95:1533-1535.

Loken RG, Hamilton RC, Ripart J. Medial canthus (caruncle) single injection periocular anesthesia. Anesth Analg. 1997;85:707-708.

5dd57a950e88251206c8fca9 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections