Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942002000400001
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Remifentanil associado ao propofol ou sevoflurano para colecistectomia videolaparoscópica: estudo comparativo

Remifentanil associated to propofol or sevoflurane for videolaparoscopic cholecystectomy: a comparative study

Fernanda Fischer Estivalet; Airton Bagatini; Cláudio Roberto Gomes

Downloads: 0
Views: 1092

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Técnicas de anestesia venosa, inalatória ou combinadas têm sido utilizadas para colecistectomias por videolaparoscopia. O objetivo deste estudo foi comparar o emprego de remifentanil associado ao propofol ou sevoflurano em relação aos parâmetros hemodinâmicos, a recuperação da anestesia e aos efeitos colaterais. MÉTODO: Foram estudados 40 pacientes, divididos em 2 grupos: Grupo 1 (G1) - Indução com propofol em concentração plasmática alvo-controlada de 3 µg.ml-1 e remifentanil na dose de 0,3 µg.kg-1.min-1 em bomba de infusão. Atracúrio (0,5 mg.kg-1) foi administrado para a intubação traqueal. A anestesia foi mantida com propofol em infusão alvo-controlada de 2,5 a 3 µg.ml-1 e oxigênio a 100%, e remifentanil em infusão contínua (0,3 µg.kg-1.min-1). Grupo 2 (G2) - Indução com sevoflurano na concentração de 6% e oxigênio a 100% com fluxo de 4 L.min-1 e remifentanil na dose de 0,3 µg.kg-1.min-1, em bomba de infusão. Após a perda da consciência, a concentração de sevoflurano foi reduzida para 2% com fluxo de oxigênio de 2 L.min-1; da mesma forma que o G1, foi administrado atracúrio na dose de 0,5 mg.kg-1. A infusão de remifentanil foi mantida durante toda a cirurgia na dose de 0,3 µg.kg-1.min-1. A média da freqüência cardíaca (FC), e das pressões arteriais sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) foram medidas nos seguintes momentos: M1, antes da indução anestésica; M2, 1 minuto antes da IOT; M3, 1 minuto após IOT; M4, 5 minutos após IOT; M5, 5 minutos após a incisão cirúrgica; M6 e M7,10 e 30 minutos, respectivamente, após o pneumoperitônio. Após o término do procedimento foram analisados os tempos, em minutos, para abertura ocular, ventilação espontânea, extubação, fala do nome completo e o apertar de mão do anestesiologista, sob comando. Também foram estudadas a freqüência do uso de atropina e efedrina e a ocorrência de náuseas, vômitos e dor. RESULTADOS: As alterações hemodinâmicas (PAS, PAD, PAM e FC) e o despertar dos pacientes não tiveram diferenças significativas entre os grupos. O uso de efedrina e atropina foram semelhantes. Entre as complicações somente os vômitos tiveram maior incidência no Grupo 2. CONCLUSÕES: Ambas as técnicas promoveram diminuição da pressão arterial e da freqüência cardíaca. A recuperação anestésica é semelhante para as duas técnicas. A incidência de vômitos é maior quando o remifentanil foi associado ao sevoflurano.

Palavras-chave

ANALGÉSICOS, ANALGÉSICOS, ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, HIPNÓTICOS

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Different intravenous, inhalational or combined anesthetic techniques have been used for videolaparoscopic cholecystectomy. This study aimed at comparing hemodynamic parameters, anesthetic recovery and side-effects of remifentanil associated to propofol or sevoflurane. METHODS: Participated in this study 40 patients, who were divided in two groups: Group 1 (G1) - induced with 3 µg.ml-1 propofol and a 0.3 µg.kg-1.min-1 remifentanil infusion. Atracurium (0.5 mg.kg-1) was administered for tracheal intubation. Anesthesia was maintained with 2.5 to 3 µg.ml-1 propofol in target controlled infusion and 100% oxygen, and remifentanil by continuous infusion (0.3 µg.kg-1.min-1); Group 2 (G2) - induced with 6% sevoflurane and 100% oxygen at a 4 L.min-1 flow and a 0.3 µg.kg-1.min-1 remifentanil infusion. After loss of consciousness, sevoflurane concentration was decreased to 2% with a 2 L.min-1 oxygen flow. Similarly to G1, 0.5 mg.kg-1 atracurium was administered. A 0.3 µg.kg-1.min-1 remifentanil infusion was maintained throughout the surgery. Mean heart rate (HR) and systolic (SBP) and diastolic (DBP) blood pressure were measured in the following moments: M1, before anesthetic induction; M2, 1 minute before TI; M3, 1 minute after TI; M4, 5 minutes after TI; M5, 5 minutes after incision; M6 and M7, 10 and 30 minutes after pneumoperitoneum, respectively. After surgery, the time for eye opening, spontaneous ventilation, extubation, saying the complete name and anesthesiologist’s hand shaking under verbal command were measured in minutes: Atropine and ephedrine requirements, incidence of nausea, vomiting and pain were also evaluated. RESULTS: Hemodynamic changes (SBP, DBP, MBP and HR) and patients’ emergence time were not significantly different between groups. There were similar ephedrine and atropine requirements. Among complications only vomiting was higher incidence in group 2. CONCLUSIONS: Both techniques decrease blood pressure and heart rate. Anesthetic recovery was similar for both techniques. A higher incidence of vomiting was observed when remifentanil was associated to sevoflurane.

Keywords

ANALGESICS, ANALGESICS, ANESTHETICS, ANESTHETICS, HIPNOTICS

References

White PF. Propofol. Tratado de Anestesia Venosa. 2001:121-160.

Blobner M, Schneck HJ, Felber AR. Comparative study of the recovery phase: laparoscopic cholecystectomy following isoflurane, metohexital and propofol anesthesia. Anaesthesist. 1994;43:573-581.

Turazzi JC, Bedin A. Sevoflurano em cirurgia videolaparos- cópica. Rev Bras Anestesiol. 1999;49:299-303.

Peacock JE, Lewis RP, Reilly CS. Effect of different rates of infusion of propofol for induction of anaesthesia in elderly patients. Br J Anaesth. 1990;65:346-352.

Billard V, Moulla F, Bourgain JL. Hemodynamic response to induction and intubation: Propofol/fentanyl interaction. Anesthesiology. 1994;81:1384-1393.

Thwaites A, Edmends S, Smith I. Inhalation induction with sevoflurane: a double-blind comparison with propofol. Br J Anaesth. 1997;78:356-361.

Glass PS, Gan TJ, Howell S. A review of the pharmacokinetics and pharmacodynamics of remifentanil. Anesth Analg. 1999;89:S7-14.

Leslie K, Sessler DI, Smith WD. Prediction of movement during propofol/nitrous oxide anesthesia: Performance of concentration, electroencephalographic, pupilary, and hemodynamic indicators. Anesthesiology. 1996;84:52-63.

Vuyk J, Engbers FH, Burm AGL. Pharmacodynamic interaction between propofol e alfentanil when given for induction of anesthesia. Anesthesiology. 1996;84:288-299.

Grounds RM, Morgam M, Lumley J. Some studies on the properties of the intravenous anesthetic: propofol a review. Postgrad Med J. 1985;61(^s3):90-95.

Camu F, Roystron D. Inpatient experience with remifentanil. Anesth Analg. 1999;89:S15-21.

Nathan N, Vial G, Benrhaiem M. Induction with propofol target-concentration infusions vs 8% sevoflurane inhalation and alfentanil in hypertensive patients. Anaesthesia. 2001;56:248-271.

Jellish WS, Lien CA, Fontenot HJ. The comparative effects of sevoflurane versus propofol in the induction and maintenance of anesthesia in adult patients. Anesth Analg. 1996;82:479-485.

Watson KR, Shah MV. Clinical comparison of "single agent" anaesthesia with sevoflurane versus target controlled infusion of propofol. Br J Anaesth. 2000;85:541-546.

Rowbotham DJ, Peacock JE, Jones RM. Comparison of remifentanil in combination with isoflurane or propofol for short-stay surgical procedures. Br J Anaesth. 1998;80:752-755.

Joo HS, Perks WJ. Sevoflurane versus propofol for anesthetic induction: a meta-analysis. Anesth Analg. 2000;91:213-219.

Mc Collum JS, Milligan KR, Dundee JN. The antiemetic action of propofol. Anaesthesia. 1988;43:239-240.

5dd586e90e8825ec3dc8fca6 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections