Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942002000300009
Brazilian Journal of Anesthesiology
Clinical Information

Edema pulmonar assimétrico por pressão negativa pós-obstrução de via aérea superior: relato de caso

Asymmetric negative pressure pulmonary edema after acute upper airway obstruction: case report

Aldo José Peixoto

Downloads: 1
Views: 755

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Edema pulmonar por pressão negativa pós-obstrução de via aérea é atualmente uma entidade bem descrita, porém, provavelmente pouco diagnosticada e os casos pouco publicados. O objetivo deste relato é apresentar um caso de edema pulmonar por pressão negativa pós-obstrução de via aérea superior, cuja principal característica foi a assimetria do edema pulmonar, sendo muito mais acentuado no pulmão direito. RELATO DO CASO: Menino de 4 anos, 17 kg, estado físico ASA I, foi submetido a adenoamigdalectomia e cauterização de cornetos, sob anestesia geral com sevoflurano/óxido nitroso/O2. A cirurgia durou 1 hora e 30 minutos sem qualquer intercorrência. Com a superficialização da anestesia o paciente, ventilando espontaneamente, reagiu ao tubo traqueal, que foi retirado. Após isto, os esforços ventilatórios resultaram em retração da parede torácica, sem aparente movimento de ar, sendo impossível ventilá-lo com máscara facial, ocorrendo hipoxemia grave (SpO2 de 50%), necessitando ser reintubado. Neste momento foi verificado que o pulmão se encontrava mais duro e havia estertores bilateralmente, caracterizando edema pulmonar. Uma radiografia de tórax mostrou infiltrado pulmonar difuso bilateralmente, porém, com atelectasia do lobo superior direito, mostrando acentuada assimetria do edema pulmonar. O paciente teve que ser ventilado mecanicamente com PEEP durante 20 horas, quando foi extubado. Houve melhora progressiva do edema pulmonar, recebendo alta em 48 horas. CONCLUSÕES: O edema pulmonar por pressão negativa é uma entidade rara com alto grau de morbidade, pouco diagnosticada e exige do anestesiologista conhecimento atualizado e tratamento adequado. Costuma ser bilateral, raramente unilateral e excepcionalmente com expressiva assimetria como no nosso relato. A maioria dos casos é tratada com suporte ventilatório com PEEP ou CPAP, não necessitando de qualquer outra terapia. O prognóstico é bom, com melhora na maioria dos casos nas primeiras 24 horas.

Palavras-chave

COMPLICAÇÕES, COMPLICAÇÕES

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Negative pressure pulmonary edema after acute upper airway obstruction is a well-described event, though infrequently diagnosed and reported. This report aimed at presenting a case of upper airway obstruction negative pressure pulmonary edema following acute upper airway obstruction characterized by pulmonary edema asymmetry, being more prominent in the right lung. CASE REPORT: A 4-year-old boy, 17 kg, phisical status ASA I submitted to combined tonsillectomy, adenoidectomy and turbinate cauterization under general anesthesia with sevoflurane/nitrous oxide/O2. Surgery duration was 90 minutes without complications. During anesthetic recovery and spontaneously breathing, patient reacted to tracheal tube, which was removed. Following, ventilatory efforts resulted in chest wall retraction without apparent air movement, being impossible to ventilate him with facial mask. Symptoms evolved to severe hypoxemia (50% SpO2) requiring reintubation. At this point, it was observed that the lung was stiffer and there were bilateral rales characterizing pulmonary edema. A chest X-ray showed diffuse bilateral infiltrates, right upper lobe atelectasis and marked pulmonary edema asymmetry (right greater than left). Patient was mechanically ventilated with PEEP for 20 hours when he was extubated. There was a progressive pulmonary edema improvement and patient was discharged 48 hours later. CONCLUSIONS: Negative pressure pulmonary edema (NPPE) is a rare event with high morbidity risk. It is often not diagnosed and requires from the anesthesiologist an updated knowledge and adequate management. It is usually bilateral, rarely unilateral, and exceptionally asymmetric as in this case. Most cases are treated by mechanical ventilation with PEEP or CPAP without any other therapy. The prognosis is favorable, with most cases recovering within the first 24 hours.

Keywords

COMPLICATIONS, COMPLICATIONS

References

McConkey PP. Postobstructive pulmonary oedema: A case series and review. Anesth Intensive Care. 2000;28:72-76.

Deepika K, Kenaan CA, Barrocas MS. Negative pressure pulmonary edema after acute upper airway obstruction. J Clin Anesth. 1997;9:403-408.

Doval JLS. Edema pulmonar secundário a laringoespasmo: Relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 1987;37:417-419.

Palmieri JTS, Benigno Jr OT, Fonte EBJ. Edema pulmonar pós laringoespasmo: Relato de caso e revisão da literatura. Rev Bras Anestesiol. 1994;44(^sSupl18):CBA013.

Gomes DL, Amarante G, Arturo L. Edema pulmonar por pressão negativa: Relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 1997;47(^sSupl 22):CBA131A.

Grando TA, Silva ES, Santos OBAF. Edema pulmonar por pressão negativa: Relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 1997;47(^sSupl 22):CBA131B.

Marques MB, Borges ZDO, Castro CHV. Edema agudo de pulmão pós-extubação: Relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 1997;47(^sSupl22):CBA132A.

Souto AFP, Silva CR, Souza LF. Edema agudo pulmonar associado a obstrução de vias aéreas: Apresentação de caso. Rev Bras Anestesiol. 1997;47(^sSupl 22):CBA132B.

Reascos CLA, Nishima MH, Bello CN. Edema agudo pulmonar após tentativa de intubação com anestesia tópica: Relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 1997;47(^sSupl 22):CBA133A.

Silva ES, Santos OBAF, Grando TA. Edema pulmonar por pressão negativa: Relato de casos. Rev Bras Anestesiol. 1999;49:343-348.

Fortis E, Meller K, Nora FS. Edema pulmonar por pressão negativa após laringoespasmo: Relato de caso. Rev Bras Anestesiol. 2000;50(^sSupl 25):CBA105A.

Oswalt CE, Gates GA, Holmstrom FMG. Pulmonary edema as a complication of acute airway obstruction. JAMA. 1977:1833-1835.

Lorch DG, Sahn AS. Post-extubation pulmonary edema following anesthesia induced upper airway obstruction. Are certain patients at increased risk?. Chest. 1986;90:802-805.

Calkin M, Kiim KC, Price C. Risk factors for negative pressure pulmonary edema. Anesth Analg. 1993;76:S32.

Leroy DV. Clinically Relevant Anatomy. Clinical Anesthesia Practice. 1994:439-457.

Devys JM, Balleau C, Jayr C. Biting the laryngeal mask: an unusual cause of negative pressure pulmonary edema. Can J Anaesth. 2000;47:176-178.

Sadraoui A, Benslama A, Miguil M. Pulmonary edema following laryngospasm in a child. Ann Fr Anesth Reanim. 1994;13:865-867.

Bhavani-Shankar K, Hart NS, Mushlin PS. Negative pressure induced airway and pulmonary injury. Can J Anaesth. 1997;44:78-81.

Lang SA, Duncan PG, Shephard DA. Pulmonary oedema associated with airway obstruction. Can J Anaesth. 1990;37:210-218.

Umbrain V, Camu F. Acute pulmonary edema after laryngospasm. Acta Anaesthesiol Belg. 1993;44:149-153.

Timby J, Reed C, Zeilender S. "Mechanical" causes of pulmonary edema. Chest. 1990;98:973-979.

Lathan SR, Silverman ME, Thomas BL. Postoperative pulmonary edema. South Med J. 1999;92:313-315.

Salem MR, Heyman HJ. Laryngospasm and negative pressure pulmonary edema. Curr Rev Clin Anesthesiol. 1995;15:125-132.

Siegel LC, Pearl RG, August DA. Pulmonary capillary pressure measurement during global hypoxia in sheep. Anesth Analg. 1993;76:149-155.

Rezaiguia-Delcaux S, Jayr C, Luo DF. Halothane and isoflurane decrease alveolar epithelial fluid clearance in rats. Anesthesiology. 1998;88:751-760.

Sulek CA. Negative Pressure Pulmonary Edema. Complications in Anesthesiology. 1996:191-197.

Cascade PN, Alexander GD, Mackie DS. Negative pressure pulmonary edema after endotracheal intubation. Radiology. 1993;186:671-675.

Bourke AM. Unilateral pulmonary oedema following postextubation laryngospasm. Anaesthesia. 1997;52.

Sullivan M. Unilateral negative pressure pulmonary edema during anesthesia with a laryngeal mask airway. Can J Anaesth. 1999;46:1053-1056.

Betts A, Eggan JR. Unilateral pulmonary edema with interscalene block: Case report. Anesthesiology. 1998;88:1113-1114.

Koch SM, Abramson DC, Ford M. Bronchoscopic findings in post-obstructive pulmonary oedema. Can J Anaesth. 1996;43:73-76.

Ho LI, Haarn HJ, Lien TC. Postextubation laryngeal edema in adults: Risc factor evaluation and prevention by hydrocortisone. Intensive Care Med. 1996;22:933-936.

Tenório SB, Oliveira SG, Floriano MSK. Laringoespasmo e extubação traqueal em plano anestésico: estudo comparativo em crianças. Rev Bras Anestesiol. 1993;43:293-296.

Brandom BW. Pulmonary edema after airway obstruction. Int Anesthesiol Clin. 1997;35:75-84.

Lee KWT, Downes JJ. Pulmonary edema secondary to laryngospasm in children. Anesthesiology. 1983;59:695-697.

5dd593130e8825886bc8fca7 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections