Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1590/S0034-70942001000300003
Brazilian Journal of Anesthesiology
Scientific Article

Bloqueio peribulbar com ropivacaína: influência da hialuronidase sobre a qualidade do bloqueio e a pressão intra-ocular

Peribulbar block with ropivacaine: effects of hyaluronidase on blockade quality and intraocular pressure

Paulo Sérgio Mateus Serzedo; José Roberto Nociti; Eduardo Barbin Zuccolotto; Tatiana Lúcia Scalco; Sérgio Borges Ferreira

Downloads: 2
Views: 1025

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Alguns estudos têm relatado melhoria da qualidade do bloqueio peribulbar com o emprego de hialuronidase, enquanto outros concluem pela ausência de efeito. O objetivo deste estudo foi investigar a influência da hialuronidase sobre a pressão intra-ocular (PIO) e a qualidade do bloqueio peribulbar com ropivacaína a 1%. MÉTODO: Quarenta pacientes submetidos à cirurgia de catarata foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos e submetidos a bloqueio peribulbar com 7 ml de ropivacaína a 1% em técnica de dupla punção, com hialuronidase 50 UI.ml-1 no Grupo A (n = 20) e sem hialuronidase no Grupo B (n = 20). As medidas de PIO foram realizadas com tonômetro de aplanação de Perkins em quatro momentos: M0 = antes do bloqueio (controle); M1 = 1 min após o bloqueio; M2 = 5 min após o bloqueio; M3 = 15 min após o bloqueio. A qualidade foi avaliada pelo método de Nicoll, baseado na redução da motilidade do globo ocular. RESULTADOS: As médias de PIO (mmHg) antes do bloqueio foram semelhantes nos dois grupos: 16,1 + 2,1 (A) vs 16,4 + 3,3 (B). Após o bloqueio, as médias de PIO foram significativamente menores no Grupo A em relação ao Grupo B nos três momentos: M1 = 11,7 + 2,4 vs 17,9 + 3,6; M2 = 8,2 + 1,9 vs 14,1 + 4,0; M3 = 5,3 + 2,1 vs 10,2 + 3,1. O comportamento intragrupos também foi diferente. No Grupo A, as médias de PIO foram significativamente menores em relação ao controle nos três momentos após o bloqueio; no Grupo B a média de PIO elevou-se em M1 e foi significativamente inferior ao controle em M2 e M3. As médias para os índices de motilidade do globo ocular (Nicoll) foram significativamente menores no Grupo A em relação ao B nos três momentos: M1 = 2,55 vs 3,65; M2 = 0,25 vs 2,2; M3 = 0,00 vs 1,00. CONCLUSÕES: Quando se emprega solução de ropivacaína a 1% adicionada de hialuronidase 50 UI.ml-1 em bloqueio peribulbar, os valores da PIO são menores e a qualidade do bloqueio é melhor do que quando se utiliza ropivacaína a 1% sem hialuronidase.

Palavras-chave

ANESTÉSICOS, Local: ropivacaína, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional: peribulbar, TÉNICAS DE MEDIÇAO: pressão intra-ocular

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Some studies have reported improved quality of peribulbar block by adding hyaluronidase to the local anesthetic solution while others claimed no beneficial effect. This study aimed at investigating the influence of hyaluronidase on intraocular pressure (IOP) and the quality of peribulbar block with 1% ropivacaine. METHODS: Participated in this study 40 patients undergoing cataract surgery under peribulbar block who were randomly allocated to one of two groups according to the nature of the local anesthetic solution: Group A (n = 20), 1% ropivacaine (7 ml) supplemented with 50 IU.ml-1 hyaluronidase; Group B (n = 20), 1% plain ropivacaine (7 ml). IOP measurements were performed by means of a Perkins applanation tonometer in four moments: M0 = before block (control); M1 = 1 min after block; M2 = 5 min after block; M3 = 15 min after block. Quality was evaluated by Nicoll's method based on eye motility decrease. RESULTS: Mean IOP values (mmHg) before block (M0) were similar for both groups: 16,1 + 2.1 vs. 16.4 + 3.3. After blockade, mean IOP values were significantly lower in Group A as compared to Group B in the three moments after block: M1 = 11.7 + 2.4 vs. 17.9 + 3.6; M2 = 8.2 + 1.9 vs. 14.1 + 4.0; M3 = 5.3 + 2.1 vs. 10.2 + 3.1. IOP variations were also different within each group. In group A, mean values obtained in the three moments after block were significantly lower than control; in Group B, mean values significantly increased in M1 and were lower than control in M2 and M3. Mean eye motility scores were significantly lower in Group A as compared to Group B in M1 (2.55 vs. 3.65), M2 (0.25 vs. 2.2), and M3 (0.00 vs.1.00). CONCLUSIONS: When 1% ropivacaine supplemented with 50 IU.ml-1 hyaluronidase is used in peribulbar block, IOP values are lower and blockade quality is significantly better than when 1% plain ropivacaine is used.

Keywords

ANESTHETICS, Local: ropivacaine, ANESTHETIC TECHNIQUES, Regional: peribulbar, MEASUREMENT TECHNIQUES: intraocular pressure

References

Serzedo PSM, Nociti JR, Zuccolotto EB. Ropivacaína em bloqueio peribulbar: estudo comparativo com bupivacaína. Rev Bras Anestesiol. 1998;48:258-263.

Nicholson G, Sutton B, Hall GM. Ropivacaine for peribulbar anesthesia. Reg Anesth Pain Med. 1999;24:337-340.

Luchetti M, Magni G, Marraro G. A prospective randomized double-blind controlled study of ropivacaine 0.75% versus bupivacaine 0.5%-mepivacaine 2% for peribulbar anesthesia. Reg Anesth Pain Med. 2000;25:195-200.

Watson D. Hyaluronidase. Br J Anaesth. 1993;71:422-425.

Sarvela J, Nikki P. Hyaluronidase improves regional ophthalmic anaesthesia with etidocaine. Can J Anaesth. 1992;39:920-924.

Morsman CD, Holden R. The effects of adrenaline, hyaluronidase and age on peribulbar anaesthesia. Eye. 1992;6:290-292.

Brydon CW, Basler M, Kerr WJ. An evaluation of two concentrations of hyaluronidase for supplementation of peribulbar anaesthesia. Anaesthesia. 1995;50:998-1000.

Serzedo PSM, Nociti JR, Zuccolotto EB. Pressão intraocular durante bloqueio peribulbar com ropivacaína a 1%. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:251-253.

Nicoll JM, Treuren B, Acharya PA. Retrobulbar anesthesia: the role of hyaluronidase. Anesth Analg. 1986;65:1324-1328.

Dempsey GA, Barrett PJ, Kirby IJ. Hyaluronidase and peribulbar block. Br J Anaesth. 1997;78:671-674.

Kallio H, Paloheimo M, Maunuksela EL. Is hyaluronidase effective as an adjuvant in retrobulbar/peribulbar block?. Internat Monitor. 1998;10:50.

Johnson RW, Forrest FC. Anaesthesia for Ophthalmic Surgery. International Practice of Anaesthesia. 1996;110:1-29.

Serzedo PSM, Nociti JR, Zuccolotto EB. Pressão intraocular durante bloqueio peribulbar com ropivacaína ou bupivacaína: estudo comparativo. Rev Bras Anestesiol. 2000;50:341-344.

Ishiyama T, Dohi S, Iida H. The effects of topical and intravenous ropivacaine on canine pial microcirculation. Anesth Analg. 1997;85:75-81.

5dd818ce0e88258f6c13f286 rba Articles
Links & Downloads

Braz J Anesthesiol

Share this page
Page Sections