Brazilian Journal of Anesthesiology
https://bjan-sba.org/article/doi/10.1016/j.bjane.2017.08.004
Brazilian Journal of Anesthesiology
Letter to the Editor

Atelectasis in patients undergoing bariatric surgery without any previous pulmonary alterations: comments from the prevalence study

Atelectasias em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica sem qualquer alteração pulmonar prévia: comentários do estudo de prevalência

Letícia Baltieri ; Eli Maria Pazzianotto-Forti

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Abstract

Obesity is a risk factor intrinsic to the development of areas of atelectasis, especially when the patient undergoes to general anesthesia and, therefore, some groups of studies has been dedicated to studying such subject. The recently published letter to the editor1 comments on and points out some aspects regarding the article2 on the prevalence of atelectasis in the obese Grade III submitted to bariatric surgery. In response, the clinical relevance of this study2 is that there are no studies in the literature consulted to date that have observed the prevalence of atelectasis in the postoperative period of bariatric surgery since they may cause respiratory failure in these patients. Considering this prevalence, it is possible to study effective prevention and treatment measures to minimize postoperative complications.

Thus, firstly, in fact, the retrospective analysis is subject to bias, but the service in which the study was carried out follows strict protocols instituted for years regarding preoperative preparation, hospitalization, medications, anesthetic and surgical staff, anesthesia and surgery techniques, recovery time in the postoperative period and complementary exams. In addition the data collection time was only 14 months and thus, these facts can minimize the biases of a retrospective study.

The fact that a study with only patients with previous pulmonary alterations is against the initial proposal of the research, which aims to observe the development of atelectasis in patients without any pulmonary alterations or respiratory symptoms so that we can actually reinforce the assumption that obesity alone is a risk factor for the development of respiratory complications and such complications can be triggered by the emergence of atelectasis areas.

The research group also investigated solutions to minimize the prevalence of atelectasis in these patients by applying positive pressure at different times of hospitalization and, in corroboration with the cited author,3 we also identified4 that the best time is soon after extubation, because it reduces the prevalence of atelectasis and has less loss of expiratory reserve volume.

Second, regarding the predominance of the female gender, it is common to observe a higher prevalence of women in studies of obesity as already demonstrated in the study conducted by Ogden et al.,5 in which a higher prevalence of obesity was observed in women. This fact has several explanations, ranging from the different hormonal factors involved in the gender to the greater outpatient demand for women who seem to be more concerned about health. As a result, it becomes more difficult to homogenize the sample with respect to gender. However, with the Chi-square test used in the study to analyze the association between gender and prevalence of atelectasis, it is possible to isolate the discrepancy effects of the sample.

Thirdly, in fact, physiotherapy has been shown to be of extreme relevance in the treatment of patients in the pre and postoperative period of abdominal surgeries, as demonstrated in a literature review performed by Lawrence et al.,6 in which it was concluded that respiratory physiotherapy with reexpansive techniques has proven benefits in reducing postoperative complications in abdominal surgeries. Moreover, since then, several other studies have been emerging to prove even more this finding. In view of the vast evidence of the benefits of physical therapy in these cases, the hospital conducting the study, as well as several others, already includes respiratory physiotherapy in the routine of these patients when they are hospitalized. However, the high prevalence of atelectasis in these patients must be observed, and the researchers should direct attention to new treatment techniques in order to avoid them.

Finally, the authors also agree that more research is encouraged in this area to evaluate the respiratory complications related to abdominal surgeries and their possible risk factors as well as to perform the best prevention or treatment.

Resumo

A obesidade é um fator de risco intrínseco ao desenvolvimento de áreas de atelectasia, especialmente quando o paciente é submetido à anestesia geral e, portanto, alguns grupos de estudos se dedicaram ao estudo desse assunto. A carta ao editor recentemente publicada1 comenta e aponta alguns aspectos do artigo2 sobre a prevalência de atelectasias em paciente com obesidade Grau III submetido à cirurgia bariátrica. Em resposta, a relevância clínica desse estudo2 é que até o presente momento não há na literatura consultada estudos que tenham observado a prevalência de atelectasias no pós-operatório de cirurgia bariátrica, uma vez que podem causar insuficiência respiratória nesses pacientes. Se levarmos em consideração essa prevalência, é possível estudar medidas efetivas de prevenção e tratamento para minimizar as complicações pós-operatórias.

Posto isso, primeiro, a análise retrospectiva é de fato sujeita a viés, mas o serviço no qual o estudo foi feito segue protocolos rígidos instituídos há anos sobre preparação pré-operatória, hospitalização, medicamentos, equipe anestésica e cirúrgica, técnicas de anestesia e cirurgia, tempo de recuperação no pós-operatório e exames complementares. Além disso, o tempo de coleta de dados foi de apenas 14 meses e, portanto, esses fatos podem minimizar os vieses de um estudo retrospectivo.

O fato de um estudo ser feito apenas com pacientes portadores de alterações pulmonares anteriores é contra a proposta inicial da pesquisa, cujo objetivo é observar o desenvolvimento de atelectasias em pacientes sem alterações pulmonares ou sintomas respiratórios para que possamos reforçar o pressuposto de que a obesidade isolada é um fator de risco para o desenvolvimento de complicações respiratórias e que tais complicações podem ser desencadeadas pelo surgimento de áreas de atelectasias.

O grupo de pesquisa também investigou soluções para minimizar a prevalência de atelectasia nesses pacientes, aplicou pressão positiva em diferentes momentos da hospitalização e, o que corroborou o autor citado,3 também identificamos4 que o melhor momento é logo após a extubação, porque reduz a prevalência de atelectasia e apresenta menos perda do volume de reserva expiratório.

Segundo, em relação à predominância do gênero feminino, é comum observar uma prevalência maior de mulheres em estudos de obesidade, como já demonstrado em estudo feito por Ogden et al.,5 no qual uma prevalência maior de obesidade foi observada em mulheres. Esse fato tem várias explicações, que vão desde os diferentes fatores hormonais envolvidos no gênero até a maior demanda ambulatorial de mulheres que aparentam estar mais preocupadas com a saúde. Como resultado, torna-se mais difícil homogeneizar a amostra em relação ao gênero. No entanto, com o teste do qui-quadrado, usado no estudo para analisar a associação entre gênero e prevalência de atelectasia, é possível isolar os efeitos de discrepância da amostra.

Terceiro, de fato, a fisioterapia mostrou ser de extrema relevância no tratamento de pacientes nos períodos pré- e pós-operatório de cirurgias abdominais, conforme demonstrado em uma revisão da literatura feita por Lawrence et al.,6 na qual os autores concluíram que a fisioterapia respiratória com técnicas de reexpansão tem benefícios comprovados na redução de complicações pós-operatórias em cirurgias abdominais. Além disso, desde então, vários outros estudos têm surgido para acrescentar provas a essa descoberta. Tendo em vista a vasta evidência dos benefícios da fisioterapia nesses casos, o hospital no qual o estudo foi conduzido, bem como vários outros hospitais, já inclui a fisioterapia respiratória na rotina desses pacientes quando são internados. Porém, a alta incidência de atelectasia nesses pacientes deve ser observada, bem como os pesquisadores ficarem atentos às novas técnicas de tratamento para poder evitá-la.

Finalmente, os autores também concordam que mais pesquisas sejam encorajadas nessa área para avaliar as complicações respiratórias relacionadas às cirurgias abdominais e seus possíveis fatores de risco, bem como com a execução do que há de melhor para sua prevenção ou tratamento.

References

1 Forgiarini Junior LA, Esquinas AM. Atelectasis in postoperative bariatric surgery: how many understand them? Rev Bras Anestesiol. 2017, http://dx.doi.org/10.1016/j.bjane.2017.04.004 (inpress). [ Links ]

2 Baltieri L, Peixoto-Souza FS, Rasera-Junior I, et al. Analysis of the prevalence of atelectasis in patients undergoing bariatric surgery. Rev Bras Anestesiol. 2016;66:577-82. [ Links ]

3 Guimarães J, Pinho D, Nunes CS, et al. Effect of Boussignac continuous positive airway pressure ventilation on PaO2 and PaO2/FiO2 ratio immediately after extubation in morbidly obese patients undergoing bariatric surgery: a randomized controlled trial. J Clin Anesth. 2016;34:562-70. [ Links ]

4 Baltieri L, Santos LA, Rasera I, et al. Use of positive pressure in the bariatric surgery and effects on pulmonary function. Arq Bras Cir Dig. 2014;27(Suppl. 1):26-30. [ Links ]

5 Ogden CL, Yanovski SZ, Carroll MD, et al. The epidemiology of obesity. Gastroenterology. 2007;132:2087-102. [ Links ]

6 Lawrence VA, Cornell JE, Smetana GW. Strategies to reduce postoperative pulmonary complications after noncardiothoracic surgery: systematic review for the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2006;144:596-608.

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